24 de agosto de 2015

Avalanche Tricolor: Geromel e Erazo, zagueiros que conquistaram nosso respeito

Por Milton Jung


Ponte Preta 0x0 Grêmio
Brasileiro – Moisés Lucarelli,Campinas/SP


Geromel e Erazo_Collage

Em uma manhã na qual abdicamos de jogar bola seja pelo horário, pelo gramado, pelo calor, pela maratona que estamos enfrentando ou, e imagino que este tenha sido um dos principais motivos, pelo próprio adversário, ao qual vencemos poucas vezes na casa dele, vou dedicar esta Avalanche a dois jogadores que têm merecido nossas atenções há algum tempo, mas que, pela correria das vitórias e bons resultados, costumam ficar em segundo plano diante do desempenho de nossos homens de meio de campo e ataque.

Geromel, confesso, soube que vestia a camisa do Grêmio, no início do ano passado, quando me atrevi a jogar o Fifa 2015, no Xbox, com os meus meninos . Fui surpreendido com aquele zagueiro recém-chegado ao clube fazendo parte dos titulares na formação automática do jogo eletrônico. O curioso era ver a perfomance dele no meu time. Com escore mais avançado que a maioria dos demais, sempre aparecia em destaque e, inclusive, fazendo gol. Geromel havia se transformado em meu ídolo digital, sem jamais tê-lo visto em campo pelo Grêmio. Naquela época, o defensor, que havia rescindido seu contrato com o Mallorca, da Espanha, e não encontrara lugar no clube ao qual pertencia, o Colônia, da Alemanha, acabara de ser emprestado ao tricolor. Demorou para se firmar como titular e, principalmente, para, no futebol de verdade, me fazer confiar nele tanto quanto confiava no futebol virtual. Às vezes, parecia desengonçado ao despachar a bola para longe. Outras, me dava a impressão de que era muito estabanado na marcação e fazia faltas desnecessárias. Claramente, não era um zagueiro para botar a bola no chão e sair jogando com seus companheiros. Hoje, atua como poucos nesta posição e se transformou no ponto de segurança de uma equipe cada vez mais atacada por seus adversários.

Erazo chegou ao Grêmio neste ano. E dele mais havia ouvido falar do que havia assistido jogar. Sabia que deixara o Flamengo porque não passava muita confiança para o torcedor. E do que fazia na defesa do Equador, a única referência era seu apelido: “El Elegante”. Nesse futebol publicitário que temos, convenhamos, os apelidos que acompanham alguns atletas não estão a altura de sua performance. Que o digam os “matadores”, “gladiadores” e “guerreiros” que vestiram nossa camisa. Emprestado ao Grêmio pelo Barcelona de Guayaquil, as primeiras participações dele neste ano não me ofereciam grande expectativa. Seria apenas mais um reserva para Rhodolfo, este sim carregando na braçadeira de capitão todo nosso respeito. Por força das negociações, transformou-se em titular e torcer pelo sucesso dele era o que nos restava. Com uma tranquilidade que causa angústia e precisão que nos oferece confiança, o zagueiro equatoriano conquistou minha admiração. Foi bem no Gre-Nal, foi bem na partida seguinte, e o mesmo se repetiu nos demais jogos, e mais uma vez foi dos melhores do time. Por cima, tira o que pode, por baixo desarma com firmeza. Soube, hoje, que ainda não recebeu cartão amarelo, o que para mim é algo que não combina com a função que exerce no campo, mas se é capaz de fazer tudo que faz e ainda levar consigo esse mérito, que assim seja para todo e sempre.

Nossos dois zagueiros titulares, Geromel e Erazo, cresceram com o Grêmio e, hoje, são a garantia de que se as coisas não estiverem muito bem do meio para frente, eles estarão lá atrás para evitar um estrago maior. Foi o papel que cumpriram nesta manhã de domingo ao segurarem o empate que nos permitiu seguir na disputa do título e distante de ser ameaçado no G-4. Minha torcida é que eles sigam nesta evolução, mas que se mantenham como coadjuvantes em um time em que os astros têm de brilhar e voltar a marcar gols.