16 de maio de 2015

Daniel Matador - Pra cair os butiás do bolso

Caros

O Grêmio ganhou alguns dias para trabalhar e treinar, além de um pequeno fôlego da críticas, após a vitória sobre o CRB pela Copa do Brasil, alguns dias depois do lamentável empate com a Ponte Preta na Arena pelo Brasileirão, quando o tricolor esteve sempre à frente do placar e comeu mosca nos acréscimos. Ao vencer o time alagoano por 3 x 1, eliminou o jogo da volta e ganhou um tempo precioso que, se for bem aproveitado, pode ajudar muito neste período onde quase não costuma haver espaço para treinar por conta das viagens e jogos. Algo que, para uma equipe que ainda está em formação e necessita de afirmação, é primordial.

Enfrentar um adversário como o Coritiba nesta situação poderia ser considerado quase um presente em uma situação normal. Tá, todo mundo sabe que não tem jogo jogado e tudo pode acontecer dentro de campo, mas analisando friamente, haveria toda uma lógica. Não obstante a tradição de ambas as agremiações (incomparáveis, por óbvio), o time paranaense tem atualmente um de seus piores elencos dos últimos tempos. Tanto que conseguiu perder o título do campeonato regional ao levar 5 gols do Operário de Ponta Grossa no placar agregado das finais (2 x 0 no jogo em Ponta Grossa e 3 x 0 em Curitiba, no Couto Pereira). Diga-se, de passagem, que a equipe do Operário foi treinada por Itamar Schulle, que saiu do Novo Hamburgo e levou alguns jogadores que atuaram por equipes do interior do RS, como Chicão, Eliomar, Vinícius, Juan Sosa, Micael, Rafael Peixoto, Douglas e Juba para reforçar o atual campeão paranaense. Mas, em tese, o Grêmio não tem nada a ver com isso e teria que conquistar 3 pontos em jogos assim. Em tese.

1º Tempo: Coritiba 2 x 0 Grêmio

O tricolor entrou em campo com Grohe no gol, Geromel e Erazo na dupla de zaga (Rhodolfo apresentou desconforto muscular e foi preservado, cedendo a braçadeira de capitão para Geromel), Matías e Júnior nas laterais (finalmente Felipão está dando mais chances ao guri). No meio, Walace, Marcelo Oliveira (que já mostrou que atua melhor como volante), Maicon e Giuliano. Na frente, em princípio, eliminando a ideia do centroavante único de referência, Felipão escalou Luan e Pedro Rocha, que fez por merecer sua nova chance após os dois gols marcados e a grande atuação frente ao CRB.

O jogo começou levemente truncado. Já aos 5 minutos, após troca de passes entre Maicon e Marcelo Oliveira, este último sofreu falta grave que resultou em cartão amarelo para Rui, do Coxa. Aos 7, perigoso cruzamento do Coxa que atravessou a área do Grêmio, em flagrante desatenção do sistema defensivo. Luan começou a sofrer um revezamento de faltas por parte dos atletas do Coritiba, que sentavam o sarrafo sem dó. O árbitro Ricardo Marques Ribeiro fazia jus a seu histórico de juiz caseiro e não tirou mais os cartões do bolso. Isso até os 17 minutos, quando Marcelo Oliveira foi amarelado por uma falta na entrada da área gremista.

Aos 21, boa jogada entre Júnior e Luan pela lateral, mas este não conseguiu alçar corretamente para Pedro Rocha, matando o que poderia ter sido um bom ataque. Aos 26, após rateada de Marcelo Oliveira, que perdeu a bola no meio de campo, o Coxa emendou um contra-ataque que resultou em gol, abrindo o placar da partida. O Coritiba não fazia muito em campo, mas o Grêmio também não. Aos 28, Júnior teve a chance de empatar, mas o zagueiro do Coritiba atirou-se na bola e salvou. Aos 32, Felipão tirou Júnior e botou Mamute. Só que, aos 34, Matías fez uma jogada que na várzea é punida com linchamento e conseguiu marcar um gol contra ridículo. Aos 42, Pedro Rocha desferiu um dos raros chutes perigosos do Grêmio no jogo. E no minuto seguinte Mamute perdeu um gol incrível, também por preciosismo de Giuliano, com o goleiro salvando em cima da linha.

Aos 47 minutos encerrou-se um dos piores primeiros tempos do Grêmio no ano. Simplesmente horroroso. O Twitter reproduzia o que ocorria em campo.






2º Tempo: Coritiba 0 x 0 Grêmio

O Grêmio retornou com a mesma formação que encerrou o primeiro tempo. Ensaiou uma reação, metendo uma pressão no Coritiba. Mas aos 7 Grohe salvou outra bola, após Galhardo ter driblado vários jogadores pela esquerda de ataque do Coxa. Aos 17, Luan sofre carga dentro da área, mas lógico que o juizão nada deu. Aos 18, Pedro Rocha saiu para entrada de Everton. Aos 22 Luan quase descontou ao bater uma falta com muito perigo que o goleiro desviou para escanteio. Aos 26, Maicon tentou um chute a gol, mas a bola saiu mascada e o arqueiro adversário defendeu sem grandes dificuldades. Aos 30, Wallace saiu para a entrada de Fellipe Bastos, que em seu primeiro toque na bola desferiu um chute rasteiro que levou certo perigo ao gol do Coxa. Luan ainda tentou algumas jogadas, mas era praticamente o único a levar algum perigo, mesmo que pouco. E encerrou desta forma lamentável uma das piores atuações do Grêmio neste ano.






Como atuaram:

Grohe: sem culpa nos gols, mas também sem grande brilho. Nota 5
Matías: péssimo, o pior em campo. Mal na marcação, inoperante no apoio e ainda conseguiu a proeza de marcar um gol contra que poderia passar na TV com a trilha dos Trapalhões. Nota 0
Geromel: prejudicado pelo posicionamento dos companheiros no primeiro gol. Nada pôde fazer no segundo, que foi obra creditada a Matías. Nota 6
Erazo: não comprometeu de forma cabal, porém acabou entrando de gaiato na jogada do gol contra protagonizada por Matías. Nota 5
Júnior: uma única falha de marcação enquanto esteve em campo. Errou um gol que poderia ter dado mais tranquilidade ao time quando ainda estava 1 x 0. Saiu ainda no primeiro tempo. Nota 4
Wallace: falhou na origem da jogada do primeiro gol. Hoje esteve muito abaixo de outras atuações. Nota 5
Marcelo Oliveira: jogou muito pouco. Foi o principal responsável pela armação do contra-ataque que proporcionou o primeiro gol do Coxa. Saiu do meio campo para o ocupar a lateral esquerda com a saída de Júnior. Nota 4
Maicon: um dos poucos que aparentava estar indignado com a atuação do time. Mas nem isso fez com que jogasse o suficiente para permitir uma reação digna. Nota 6
Giuliano: simplesmente inoperante, praticamente não apareceu em campo. Nota 1
Luan: foi caçado o jogo inteiro. Tomou pau a torto e a direito, sob a complacência do árbitro. Não sou um grande fã de seu futebol, mas hoje ele realmente foi prejudicado por demais. Junto com Maicon, foi um dos raros que salvou-se na partida. Nota 6
Pedro Rocha: deu um chute perigoso no final do primeiro tempo. Até tentou fazer mais alguma coisa, mas não conseguiu repetir a jornada contra o CRB. Nota 3

Mamute: entrou na parte final do primeiro tempo no lugar de Júnior. Não conseguiu fazer praticamente nada. Nota 3
Everton: entrou no lugar de Pedro Rocha, porém foi o mesmo que trocar 6 por meia dúzia. Nota 3
Fellipe Bastos: entrou no lugar de Wallace no final do segundo tempo. Foi o mesmo Fellipe Bastos de outras jornadas, o que quer dizer que nada fez de relevante. Nota 4


Arbitragem: Ricardo Marques Ribeiro, um assíduo frequentador da GLL (Galeria dos Grandes Ladrões), não foi o principal responsável pelo resultado. Vamos repetir, porque tem uma galera aqui no blog que parece que não sabe ler: NÃO FOI O PRINCIPAL RESPONSÁVEL PELO RESULTADO!!! Mas, como é de seu histórico, deu a famosa amorcegada e deixou Luan apanhar mais que mulher de malandro e nada fez.

Difícil dizer se com a presença de Rhodolfo o time seria outro. Provavelmente sem a presença de Matías não haveria grande parte das trapalhadas, por mais restrições que Galhardo possa ter. Douglas poderia ter sido uma alternativa melhor para esta partida, a despeito da contestação que sofre por boa parte da torcida? Vários pontos a analisar, mas é inconcebível que o time possa oscilar tanto de rendimento de uma partida para outra. O time do Coritiba está entre os piores do campeonato e deveria, em uma situação normal, ser batido pelo Grêmio. Mas alguma coisa está muito errada e a correção tem de vir logo. O que era para ser um início promissor de campeonato tornou-se um martírio. Não pode ser assim. É pra cair os butiás do bolso.

Saudações Imortais