1 de abril de 2015

Daniel Matador - Saiam da frente, os maiores campeões estão de volta



“Eu não sei se você já ouviu falar de mim, mas eu era chamado de Wako Kid.
- Wako Kid? A mão mais rápida do oeste?
- Do mundo.
- E o que aconteceu?
- O caso é que todo mané que nasceu nestas terras que sabia segurar uma arma aparecia na cidade para desafiar Wako Kid. Eu acho que matei mais homens que Cecil B. DeMille. Era monótono. Até dormindo eu ouvia a palavra “saque”. Mas, um dia, eu estava só e andando, e aí ouvi uma voz atrás de mim dizendo “se defenda, senhor”. Eu me virei e aí fiquei cara a cara com um guri de seis anos de idade. Aí larguei minhas armas e fui embora. Mas o moleque me atirou no traseiro!”

Diálogo clássico entre o xerife Bart e Wako Kid, no épico filme Banzé no Oeste.


Caros

Em 1974, o aclamado diretor Mel Brooks lançou um dos mais clássicos filmes de comédia já produzidos. Banzé no Oeste era uma sátira aos filmes de caubói, além de enfatizar várias críticas sociais de forma disfarçada (ou, por vezes, nem tão disfarçada assim). Cleavon Little interpreta o xerife Bart, protagonista do filme, que tenta estabelecer a ordem em uma cidade do velho oeste e a única ajuda que recebe é a de Wako Kid, papel de Gene Wilder. Wako Kid é considerado o mais veloz pistoleiro do mundo. E, por conta disso, qualquer zé ruela queria desafiá-lo para um duelo, apenas para ter a chance, mínima que fosse, de derrotar o maioral. Este é daqueles filmes que se assiste várias vezes e ele não enjoa.

Pois hoje teremos a volta dos maiorais. Grêmio e Felipão, o clube e o técnico com os melhores retrospectos na história da Copa do Brasil, uniram-se novamente para mostrar ao país como se joga esta competição. Só que este torneio é traiçoeiro. Tão traiçoeiro que permite que até mesmo equipes menores consigam, por vezes, surpreender os grandes e até, por vezes, erguer a taça de campeão. Apesar de que nenhum destes clubes menores conseguiu este feito por mais de uma vez. Vide os casos de Criciúma (que, na ocasião, tinha o atenuante de ser treinado por Felipão), Juventude (que avançou à final goleando times em sua casa), Santo André, Paulista de Jundiaí e outros que até hoje permanecem na condição de aberrações do torneio, os famosos “monocopa”.

Felipão comandava o Grêmio no bicampeonato da Copa do Brasil em 1994.

 As primeiras fases da Copa do Brasil, via de regra, servem justamente para que estes clubes menores tenham a chance de enfrentar os grandes. Aqueles que não levarem a sério a disputa correm o risco da eliminação precoce. E este é o maior desafio gremista hoje. O Campinense da Paraíba, adversário desta noite, não é um clube de grande expressão no cenário nacional. Mas, assim como qualquer outro nesta situação, jogará a partida de sua vida pela chance de derrotar o Grêmio.

O tricolor deverá ir a campo com Grohe no gol, Rhodolfo e Geromel na zaga, Matías Rodriguez e Marcelo Oliveira nas laterais; Ramiro, Maicon, Douglas, Giuliano e Luan formam o meio e Braian Rodríguez é a referência de ataque. O jogo inicia às 22h e será jogado no Estádio Ernani Sátiro, o “famoso” Amigão, em Campina Grande, cidade que orgulha-se de possuir a maior festa de São João do Brasil. Caso vença por uma diferença de 2 ou mais gols, o Grêmio avança para a fase seguinte sem a necessidade de um segundo jogo. Caso contrário, haverá mais uma partida disputada na Arena. A única vantagem deste segundo confronto seria uma partida a menos a ser contabilizada para o retorno de Cebolla Rodríguez. No mais, o ideal é despachar o Campinense esta noite mesmo e partir em busca do penta.

Ide, anunciai a todos: Grêmio e Felipão, os maiores vencedores na história do torneio, uniram suas forças e estão de volta. Que os pequenos saiam da frente. E os maiores tremam. Como sempre foi.

Saudações Imortais